Acelerar não é só sobre potência e precisão, como frisa o CEO Lucio Winck. É também sobre sensibilidade, leitura de pista, percepção do tempo e até um certo traço de personalidade que se imprime nas curvas durante uma volta. A corrida, antes de ser técnica, é expressão e paixão, e nesse sentido, se aproxima muito mais da arte do que se costuma admitir.
Existem pilotos que são puro instinto, outros que são quase matemáticos. Alguns desenham suas voltas como um pintor que trabalha com luz e sombra. Outros fazem da agressividade o seu pincel. Não existe uma fórmula única. Existe estilo. E o estilo, mais do que o carro, é o que diferencia um piloto comum de um que deixa marca. A pista é uma tela, e cada volta é uma assinatura.
O que significa ter ritmo em uma corrida?
Conforme destaca o CEO Lucio Winck, o ritmo não é apenas manter voltas consistentes. É entrar em sincronia com a máquina, com o traçado, com a própria respiração. É o piloto encontrar um ponto onde tudo flui, sem esforço aparente. Quem assiste pode até não notar, mas na cabine de pilotagem, esse momento é quase místico: tudo se encaixa. E é justamente aí que a arte começa a aparecer no meio da velocidade.

Como a leitura da corrida transforma o piloto em estrategista?
O CEO Lucio Winck aponta que ler a corrida com olhos de jogador de xadrez é o que separa bons pilotos dos grandes nomes. Leitura de corrida é sobre antecipar cenários, entender o desgaste dos pneus sem olhar o cronômetro, perceber o comportamento dos adversários e usar o tempo a favor. Acelerar não é suficiente. É preciso pensar. E pensar rápido.
Essa leitura vai além da estratégia de equipe. É o piloto, lá dentro, ajustando sua atuação a cada volta. A pista muda, o carro muda, os rivais mudam e a resposta precisa vir em tempo real. Como em qualquer arte, a improvisação tem um papel central. E quem domina essa dinâmica sutil, transforma decisões difíceis em movimentos quase invisíveis aos olhos do público, mas que fazem toda a diferença.
Estilo pessoal existe no volante?
Existe, e muito. Basta assistir a duas voltas de pilotos diferentes para notar como cada um freia, contorna, acelera e ataca. O estilo pessoal é o que faz um piloto ser lembrado mesmo depois de décadas. É a ousadia de quem mergulha mais fundo na curva. É a elegância de quem faz tudo parecer fácil.É o estilo que faz da corrida uma arte tão singular. Duas pessoas podem ter o mesmo carro, a mesma técnica, a mesma meta, mas nunca terão exatamente a mesma volta. Correr, no fim das contas, também é contar uma história.
Muito além do cronômetro
Reduzir o automobilismo a tempos e posições é não enxergar sua dimensão mais rica. Para o CEO Lucio Winck, o que realmente encanta é essa mistura entre técnica e emoção, cálculo e improviso. Corrida é competição e técnica, mas é também expressão, sensibilidade e presença, e são esses fatores que tornam a modalidade tão única e interessante.
É por isso que alguns pilotos ficam na memória mesmo sem títulos. Porque o que fica não é só o resultado, é o jeito como se correu, a forma como ele se destacou em sua trajetória. O traço de estilo que transforma cada volta em obra única. E como toda arte verdadeira, o automobilismo bem vivido é aquele que emociona, desafia e, de alguma forma, revela algo sobre quem está ao volante.
Autor: Vera Dorth