Segundo enfatiza o chef Geanderson Bertoldi dos Santos, premiado pela revista Panificação Brasileira, por 5 vezes consecutivas como um dos melhores padeiros do Brasil, a fermentação é um processo essencial na produção de alimentos e bebidas, desempenhando um papel significativo na economia e na cultura alimentar. No entanto, a escolha entre fermentação natural e industrial pode ter implicações ambientais consideráveis. Neste artigo, iremos explorar os impactos ambientais provocados por essas duas abordagens.
Leia para saber mais sobre o assunto!
Qual é a diferença entre fermentação natural e industrial?
A fermentação natural, também conhecida como fermentação espontânea, utiliza microrganismos presentes no ambiente para transformar açúcares em ácido, gás ou álcool. Este método é tradicionalmente mais sustentável, pois não exige a adição de produtos químicos ou culturas bacterianas específicas. Como explica o chef Geanderson Bertoldi dos Santos, a fermentação natural permite uma maior expressão dos sabores locais e é menos dependente de insumos industrializados, reduzindo a pegada ecológica da produção.
Por outro lado, a fermentação industrial utiliza culturas bacterianas específicas, frequentemente geneticamente modificadas, para garantir consistência e velocidade na produção. Embora este método possa aumentar a eficiência e a previsibilidade da fermentação, ele frequentemente depende de produtos químicos e energia para controlar o ambiente, resultando em um impacto ambiental mais significativo. A produção em larga escala pode levar ao uso intensivo de recursos e à geração de resíduos, como plásticos e resíduos químicos.
Como a energia utilizada impacta o meio ambiente?
A fermentação natural geralmente ocorre em temperaturas ambiente, o que reduz a necessidade de energia para aquecimento ou refrigeração. Essa abordagem minimiza o consumo de energia e a emissão de gases de efeito estufa, tornando-a uma opção mais ecológica para padeiros e produtores artesanais. A ausência de equipamentos complexos e a menor necessidade de transporte de insumos também contribuem para a redução do impacto ambiental.
Em contraste, a fermentação industrial muitas vezes requer condições controladas de temperatura e umidade, demandando energia adicional. Além disso, conforme observa o chef Geanderson Bertoldi dos Santos, a produção em larga escala frequentemente envolve o uso de máquinas e equipamentos pesados, que consomem grandes quantidades de energia elétrica ou combustíveis fósseis. Esses fatores aumentam a pegada de carbono associada à fermentação industrial, exacerbando os impactos ambientais negativos.
Quais são os efeitos sobre a biodiversidade?
A fermentação natural, ao utilizar microrganismos locais, promove a biodiversidade microbiana. De acordo com o chef Geanderson Bertoldi dos Santos, essa prática preserva e valoriza as culturas microbianas locais, contribuindo para a diversidade genética e a saúde dos ecossistemas. Além disso, a produção em pequena escala frequentemente está integrada a sistemas agrícolas sustentáveis, que utilizam práticas de manejo ecológico.
Por outro lado, a fermentação industrial pode levar à uniformização das culturas microbianas, com cepas específicas dominando o processo de produção. Isso pode resultar na redução da biodiversidade microbiana, tornando os sistemas de produção mais vulneráveis a pragas e doenças. Além disso, a dependência de culturas bacterianas geneticamente modificadas pode ter efeitos desconhecidos a longo prazo sobre os ecossistemas e a saúde humana.
Eficiência sustentável
A escolha entre fermentação natural e industrial tem implicações significativas para o meio ambiente. Enquanto a fermentação natural tende a ser mais sustentável, promovendo a biodiversidade e reduzindo o consumo de energia, a fermentação industrial oferece eficiência e consistência, mas com um custo ambiental mais alto. Como reitera Geanderson Bertoldi dos Santos, chef premiado pela revista Panificação Brasileira, é essencial considerar esses fatores ao optar por métodos de produção, buscando sempre um equilíbrio entre eficiência e sustentabilidade.