O Brasil registrou um crescimento econômico de 1,4% no segundo trimestre de 2024, superando a média do Grupo dos 20 (G20). Apenas Canadá e Índia acompanharam o ritmo brasileiro. No entanto, o crescimento de 2,8% em comparação ao mesmo período do ano anterior foi superado por Índia, Indonésia, China e Estados Unidos. Apesar de uma desaceleração em julho, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, mantém uma previsão otimista de crescimento de pelo menos 3% para 2024.
A produção industrial brasileira apresentou uma retração de 1,4% em julho, acumulando um crescimento de 2,2% nos últimos 12 meses, conforme dados do IBGE. O PIB também sofreu uma queda de 0,41% em julho, segundo o IBC-Br do Banco Central. O Monitor do PIB-FGV indicou uma retração econômica menor, de 0,1%, com redução no consumo familiar e na atividade industrial. Apesar disso, o mercado financeiro projeta um crescimento de 2,96% para o ano, de acordo com o boletim Focus.
A inflação, medida pelo IPCA, aumentou de 4,22% para 4,35% em quatro semanas, com projeções de 3,95% para 2025 e 3,61% para 2026. Esses índices permanecem abaixo do teto de 4,5%, mas acima do centro da meta de 3%. Como resultado, os juros básicos subiram para 10,75% e devem permanecer elevados nos próximos anos, dificultando o crédito e o investimento produtivo.
O investimento em máquinas, equipamentos e obras continua baixo, refletindo nas modestas taxas de expansão do PIB previstas para os próximos anos. Em julho, o investimento representou 17,4% do PIB, acima da média desde 2015, mas ainda abaixo dos padrões de maior dinamismo econômico do passado.
O governo e o setor privado desempenham papéis cruciais no investimento em capacidade produtiva. O governo pode influenciar positivamente o ambiente de negócios ao demonstrar eficiência, definir objetivos claros, controlar gastos e reduzir a burocracia. A confiança dos empresários é essencial para decisões de investimento, que dependem de taxas de juros, condições de financiamento e perspectivas econômicas.
A eficiência governamental e a previsibilidade são fundamentais para estimular a confiança empresarial. Um presidente que evite interferências desnecessárias nas estatais pode contribuir significativamente para um ambiente de negócios mais favorável. Sem essas condições, a redução de juros pelo Banco Central terá um impacto limitado.
O cenário econômico brasileiro exige atenção para além de 2024, com foco em políticas que incentivem o crescimento sustentável e o investimento. A combinação de inflação controlada, juros adequados e confiança empresarial pode ser a chave para um futuro econômico mais promissor.