Simons deixou carreira no governo dos EUA para começar a investir
O investidor bilionário James Simons, matemático e decodificador da Guerra Fria que fundou um dos hedge funds mais importantes e lucrativos do mundo, o Renaissance Technologies, morreu aos 86 anos, afirmou sua fundação nesta sexta-feira (10).
A Simons Foundation não informou a causa da morte.
Sessenta anos atrás, Simons – que preferia ser chamado de Jim – deixou suas aulas de matemática e o trabalho com serviços de inteligência para o governo dos Estados Unidos para trás e começou a investir.
Seu uso pioneiro de sinais de computador para decisões de trading lhe rendeu o apelido de “Rei do Quantitativo”.
Com um patrimônio estimado em US$ 31 bilhões pela Forbes, Simons também se tornou um importante filantropo, doando bilhões de dólares durante sua vida para apoiar pesquisas médicas e científicas, educação e candidatos democratas em eleições.
“Churchill disse que ‘grande e bom raramente são o mesmo homem’. Jim era a exceção que prova a regra de Churchill”, disse Clifford Asness, diretor administrativo e fundador da AQR Capital Management, fazendo referência ao ex-primeiro-ministro britânico Winston Churchill.
Como matemático, Simons estava acostumado a trabalhar com grandes conjuntos de dados e encontrar padrões para guiar suas decisões de comprar e vender.
Ele fundou a Renaissance em 1978 em East Setauket, Nova York, a 112 km de Wall Street. Rapidamente, forjou uma nova maneira de investir, lançando as bases do trading quantitativo que foi abraçado por dezenas de empresas nos últimos anos.
“Nós contratamos físicos, matemáticos, astrônomos e cientistas da computação e eles tipicamente não sabem nada sobre finanças”, afirmou Simons, em uma conferência em Nova York em 2007. “Não contratamos de Wall Street”, acrescentou.
A Renaissance, cujo fundo Medallion entregou uma média anual de retornos superior a 60% ao longo de três décadas, se tornou um dos hedge funds mais bem sucedidos do mundo sob o comando de Simons. Ele se aposentou como CEO em 2010 e deixou de ser presidente em 2021.